Um violento sismo abalou a Turquia e a Síria
Até à data desta edição, uma semana passada, são, segundo a OMS, perto de 41. 000 as vítimas mortais do sismo nestes dois países.
O sismo de magnitude de 7.8 provocou a destruição de centenas de prédios que pela sua fraca estrutura ruíram totalmente e fizeram milhares, reféns dos escombros das suas próprias casas. A ajuda internacional tem sido criticada e algo demorada mas já se faz sentir e, apesar das dificuldades para entrar na Síria, por conta do bloqueio de rebeldes, algumas organizações internacionais e voluntários de outras entidades já conseguiram chegar aos territórios destruídos. Segundo o Público, pela primeira vez desde 2020 a fronteira norte síria foi usada para deixar passar ajuda humanitária. Neste caso, para chegar a zonas controladas pelos rebeldes e bastante afetadas pelo sismo. A questão mais complicada tem sido a coordenação da ONU com o governo da Síria para a entrada de ajuda das nações unidas.
Nesta segunda-feira, a ONU aprovou no Conselho de Segurança – com votos a favor da Rússia e da China – a abertura de passagens fronteiriças, fechadas por Assad, para que toda a ajuda passe por Damasco. Perante a ajuda tardia, a ONU reconheceu que está a par da ajuda mais célere de outras organizações assistenciais, mas defende que no seu caso, tem de atuar de acordo com certos limites que não pode desrespeitar.
Num ato de coragem, o líder dos Capacetes Brancos, Raed al-Saleh, criticou num artigo de opinião para a CNN a resposta tardia e “vergonhosa” da ONU e reiterou que é preciso fazer algo melhor e que o sistema “montado para proteger e salvar vidas humanas durante uma emergência deixa que crianças morram debaixo dos escombro enquanto os minutos e horas preciosas decorrem.”
Numa nota mais esperançosa, foram resgatados bebés com dias, recentes mães e, passadas demasiadas horas, ainda se resgatam crianças e famílias mas, com o passar dos dias, as operações de resgate preparam-se para acabar.
Zelensky visitou o Reino Unido e a União Europeia
Zelensky visitou na passada quarta-feira, dia 10/02, o Reino Unido. Na sua segunda visita oficial após o início da guerra, Zelensky chegou a Londres num avião da força aérea britânica. Na ordem de trabalhos esteve o encontro com Rishi Sunak, outro com o rei Carlos III, um discurso no Parlamento britânico e uma visita a uma base militar onde se treinam militares ucranianos.
No discurso feito no Parlamento que durou cerca de 20 minutos, Zelensky lembrou que “Londres tem estado com Kiev desde o primeiro dia, desde os primeiros segundos e minutos da guerra” e que teve “uma mão amiga quando o mundo ainda não tinha chegado a compreender como reagir”. O Presidente ucraniano destacou também o forte caracter britânico, presente na mão firme do ex. primeiro-ministro inglês – Boris Johnson – ao convencer os aliados a apoiarem a Ucrânia e no caracter pró-ativo dos deputados.
No dia seguinte, quinta-feira, o líder ucraniano esteve em Bruxelas, numa reunião do Conselho Europeu. Na mesma Cimeira, reuniram-se Ursula Von Der Leyen, Presidente da Comissão Europeia; Roberta Metsola, Presidente do Parlamento Europeu; Charles Michel, Presidente do Conselho Europeu e Zelensky. Estiveram também presentes os deputados europeus e os 27 dirigentes dos EM – que figuram o Conselho Europeu. Cada dirigente proferiu um discurso emocionante com o objetivo de apelar ao lado mais humano de cada entidade e seus membros para que se chegasse a um diálogo e à prossecução de objetivos comuns.
O Presidente Zelensky pediu ainda a adesão da Ucrânia à União Europeia em 2023. Pedido que a Presidente da Comissão teve em conta, mas garante, será longo.
Outras notícias:
NATO: o secretário-geral Jens Stoltenberg fez anunciar este domingo que não irá pedir o prolongamento do seu mandato que dura há nove anos. O norueguês já tinha prolongado o mandato por três vezes, mas desta vez decidiu retirar-se, quando este terminar, em outubro de 2023. O mandato para esta posição é de quatro anos, e foi por duas vezes entregue ao ex primeiro-ministro norueguês. Com a invasão russa, abriu-se uma exceção e os dirigentes da OTAN decidiram prolongar por mais um ano o mandato do secretário-geral.
Moldávia: Natalia Gavrilita demitiu-se na passada sexta-feira (10/02) do cargo de primeira-ministra e provocou a queda do Governo. A ex primeira-ministra que iniciou o seu cargo no Verão de 2021, justificou a sua decisão com uma série de perturbações no passado mais recente, como misseis que atravessaram o seu espaço aéreo e uma crise energética. Os últimos mísseis russos foram lançados do Mar Negro e, alegadamente, sobrevoaram território romeno e moldavo antes de entrarem na Ucrânia.
Agora, a Presidente – Maia Sandu – nomeou Dorin Recean, economista de 48 anos e antigo ministro do interior, para formar um novo governo, no prazo de 15 dias.
Moldávia e EU: Na visita de Zelensky à EU, o presidente da Ucrânia disse ter informações de que a Rússia teria planos para atacar o antigo membro da URSS, Moldávia. Uns dias depois, Maia Sandu confirmou que tinham sido sinalizadas atividades que tinham como objetivo instigar a violência no seio da Moldávia. Segundo o Washington Post, os serviços secretos russos têm investido milhões de dólares em políticos na Moldávia para “reorientar o país para Moscovo”. Ilan Shor, alegado testa de ferro destes grupos, encabeça o partido pró-Kremlin que tem organizado várias manifestações contra a presidência atual.
Na semana passada, reuniu-se, no âmbito de país com estatuto de candidato à EU, o Conselho de Associação EU – Moldávia em Bruxelas, que juntou Josep Borrel (Alto Representante da EU para a Política Externa) e a então primeiro-ministra moldava, Natalia Gavrilita. O assunto dominante foi esta ameaça russa sob a integridade nacional da Moldávia. Ambos teceram críticas a Lavrov, ministro das relações externas da Rússia, afirmando que estas alegadas vontades russas apenas o “desacreditavam intelectualmente”.
Jogos Olímpicos 2024: Zelensky pediu que os atletas russos fossem banidos dos próximos jogos olímpicos. Por enquanto, o pedido encontra-se recusado pelo chefe do Comité Olímpico Internacional que acredita que os governos nacionais não devem ter uma palavra a dizer sobre os participantes de competições desportivas internacionais. A ideia é estes atletas participarem sob uma bandeira neutra para que se motive o diálogo em detrimento do isolamento – segundo Thomas Bach, “quem está a fazer mais pela paz, os que procuram manter as linhas abertas e comunicar, ou os que querem isolar e dividir”.
Objetos não identificados: Depois de um balão espião chinês ter sido abatido junto à costa da Carolina do Sul, foram avistados mais três objetos, desta vez não identificados, junto ao território norte-americano. Um foi abatido no Alasca no passado dia 10 e os outros dois foram abatidos em solo canadiano no passado domingo, dia 12. Para tranquilização do povo americano, a Casa Branca deixou esclarecido que não se trata de objetos extraterrestres.
Guerra na Ucrânia: O grupo Wagner confirmou a conquista de Krasna Hora nos arredores de Bakhmut, a leste do país. O líder do grupo, Yevgeny Prigozhin atribuiu esta conquista aos seus homens e não aos soldados russos.A Ucrânia esteve durante a semana passada a preparar-se para uma eventual ofensiva russa que marcará a data de um ano da guerra. Nesta linha, Macron lembrou na sexta-feira (dia 10) que a Ucrânia, para além de caças, precisa urgentemente de artilharia e munições – fazendo soar alarmes sobre uma eventual falta de recursos militares por parte das forças ucranianas.
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