O cenário pós-eleitoral no Brasil
Após as urnas terem dado a vitória a Lula da Silva no passado dia 30 de outubro, o Brasil entrou numa maré de contestação de reação aos resultados, alegando-se fraude eleitoral e ponderando-se, até, um golpe de Estado – que se especulava durante o processo eleitoral quando as forças de segurança impediram temporariamente o acesso dos eleitores às urnas em regiões do país.
Entretanto, vão subindo o número de feridos de manifestantes bolsonaristas que se opõem ao resultado das eleições – apoiantes estes que têm bloqueado estradas por São Paulo, com o apoio de camionistas que contribuíram para bloquear cerca de 600 auto-estradas. Em muitos locais, a polícia dispersou as aglomerações através do uso de gás lacrimogéneo e desde o reconhecimento do processo de transição de governos por parte de Jair Bolsonaro, os protestos têm perdido a força.
Por outro lado, a comunidade internacional tem reagido favoravelmente à eleição, de onde se denota o regresso da Noruega ao fundo de investimento que protegia a Amazónia e a Bolsa a subir 3,16% e o dólar a cair 4,7%, uma semana após os resultados eleitorais.
Tensões na Península Coreana
Esta semana foi marcada por uma escalada de tensões entre as Coreias, onde o regime do Norte lançou mais de 20 mísseis e cerca de uma centena de projéteis de artilharia perto da “zona tampão” marítima. Segundo fontes do regime de Pyongyang, os lançamentos são uma resposta aos exercícios militares realizados entre os EUA e a Coreia do Sul.
Estes últimos lançamentos chegaram a ativar o sistema de alarme à população do Japão, utilizado também para sismos, que exigia a procura por abrigo de um possível bombardeamento.
Outras notícias:
- O conflito que opunha as forças de segurança e defesa etíopes e a Frente Popular de Libertação de Tigré parece estar a chegar a um fim, após a celebração de um acordo de cessar-fogo entre as partes. Segundo especialistas, o acordo coloca a região de Tigré numa posição frágil quanto ao governo etíope, após terem sido feitas “concessões dolorosas”.
- A ministra britânica do Interior encontra-se em negociações com países da América Latina, como o Paraguai e Peru, para a deportação de requerentes de asilo que tentam a travessia pelo Canal da Mancha. Ainda no governo de Boris Johnson, esta deportação chegou a ser estudada para o Ruanda, mas foi impedida por intervenção do Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
- A Rússia regressou ao acordo de exportação de cereais celebrado com a Ucrânia, devido à intervenção do governo turco, que tem mantido laços estreitos face ao conflito que decorre.
- Benjamin Netahnyahu e seus aliados de extrema-direita regressam ao Parlamento israelita após conquistarem maioria nas eleições legislativas – 64 de 120 assentos.
- A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou um voto de condenação ao embargo em Cuba, imposto pelos EUA, pela 30ª vez, onde 185 Estados votaram favoravelmente ao fim do embargo, o Brasil e a Ucrânia abstiveram-se e Israel e os EUA votaram contra.
- Após ter-se encontrado com o presidente de Taiwan, o chanceler alemão Olaf Scholz esteve em Pequim, onde defendeu uma aproximação à China no âmbito comercial, uma vez que se não justifica “isolar a China”, tendo viajado com representantes de grandes empresas alemãs, como a Merck, Siemens e Volkswagen.
- Vários líderes mundiais estão reunidos em Sharm el-Sheikh, no Egito, para a COP27, entre 6 e 18 de novembro, com o escopo de discutir medidas urgentes para o clima e o impacto das alterações climáticas, trazendo pontos inconcretos da conferência de Glasgow de 2021 e reforçar a implementação das normas do Acordo de Paris.
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