26/09 – 02/10 de 2022

A máquina de guerra russa e a auto-determinação ucraniana

O conflito que decorre na Ucrânia teve desenvolvimentos estruturais esta semana, uma vez que se realizaram os referendos às regiões ucranianas ocupadas pela Rússia, onde cerca de 95% da população de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia se diz favorável à ocupação russa. Por outro lado, nas redes sociais foram surgindo inúmeros vídeos de soldados a acompanhar civis às urnas, que põem em causa a credibilidade do referendo que a União Europeia considerou “ilegal”.

Ainda assim, a Rússia já anexou formalmente as quatro regiões e decretou uma mobilização parcial de indivíduos na reserva para serviram ao esforço de guerra na Ucrânia, apesar de milhares estarem a fugir do país para evitarem integrar esta força. Como reação a estas jogadas do Kremlin, Kiev anunciou esta sexta-feira que a Ucrânia formalizou o pedido de adesão à NATO, esperando-se uma escalada da violência.

Terão ocorrido, ainda, explosões subaquáticas na área dos gasodutos do Nord Stream 1 e 2, que puseram em causa o abastecimento da Europa central. Tanto o Ocidente como Moscovo se acusaram mutuamente pela tentativa de sabotagem e/ou destruição dos gasodutos, todavia, as fugas foram resolvidas e o funcionamento da infraestrutura energética foi retomado.

Outras notícias:

  • As eleições que decorram a 2 de outubro no Brasil deram a vitória a Lula da Silva com 48,4% na 1ª volta, mais de 6 milhões de votos do que Jair Bolsonaro – nas comunidades brasileiras, o candidato do PT venceu na Europa (em Portugal e em França com 84%), China e Oceânia, ao passo que Bolsonaro venceu apenas nos EAU, Grécia, Israel, Japão, Moçambique e Timor-Leste. Os candidatos irão disputar o Palácio do Planalto numa 2ª volta a 30 de outubro.
  • Em Itália, a coligação de direita e extrema-direita composta pelos “Fratelli d’Italia”, “Ligue” e “Forza Italia”, encabeçada por Giorgia Meloni, Matteo Salvini e Silvio Berlusconi venceram as eleições com 43,8% dos votos. Meloni, a presidente do partido pós-fascista conquistou praticamente toda a Península Itálica, à exceção das cidades e do Sul.
  • No Irão, os protestos pela morte da jovem Mahsa Amini não cessam, tendo subido o número de mortos para 83 e o de feridos ultrapassa os mil. Outras 19 pessoas terão sido mortas num conflito entre protestantes e a polícia em Zahedan.
  • O Furacão Ian já ceifou a vida de 30 pessoas e os seus estragos vão se espalhando do oeste de Cuba, à Flórida e Carolina do Norte e do Sul, onde rios ficaram inundados e milhões de casas ficarem sem eletricidade.
  • Aung San Suu Kyi, a presidente de Myanmar deposta após um golpe militar em fevereiro de 2021, foi condenada a mais três anos de prisão por ter violado a lei de segredos de Estado, agora somando 23 anos de cadeia.
  • Kamala Harris esteve de visita à Zona Desmilitarizada nas Coreias e a sua estadia foi marcada por três exercícios perpetuados pela Coreia do Norte onde foram disparados vários mísseis de curto alcance.
  • A capital de Burkina Faso foi tomada por um novo golpe de Estado e a proclamação da nova liderança foi feita na sede da televisão nacional, onde alguns soldados se apresentavam ao país com o objetivo da “restauração da segurança e integridade do nosso território”, uma vez que a liderança anterior teria falhado no combate aos jihadistas.
  • O Governo espanhol admitiu dificuldades em cumprir a Convenção de Albufeira e esta terça-feira a transferência de água do rio Douro para Portugal foi interrompida, tendo em conta o “protesto enérgico” de autarcas preocupados com a agricultura.
  • Em Cuba, o Código das Famílias foi apoiado por dois terços dos eleitores, possibilitando a legalização do casamento homossexual e adoção de crianças por casais homossexuais, a gestação por substituição, a atualização dos direitos reprodutivos e laborais e a redefinição de penas para a violência doméstica.

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