27 de Junho – 03 de Julho de 2022

Relações Portugal-Brasil

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro decidiu cancelar toda a programação com o mandatário português, em visita pelas celebrações do centenário  , no seguimento de uma reunião de Marcelo Rebelo de Sousa com Lula da Silva, um dos adversários de Bolsonaro à corrida pelo Palácio do Planalto, a realizar-se em outubro.

Marcelo Rebelo de Sousa encontrava-se de visita ao país pelas celebrações do centenário do projeto ilustre da aviação nacional realizado por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, através do Atlântico Sul, ligando Portugal ao Brasil. Ainda este ano, Marcelo estará presente nas celebrações do bicentenário da independência do Brasil e, após este ligeiro desacordo diplomático, põe de parte qualquer diferendo, referindo que os povos brasileiro e português são “irmãos”.

Uma nova caravana de migrantes mexicanos

Os EUA estão prestes a receber às suas portas uma nova caravana de milhares de migrantes oriundos de Cuba, Venezuela e México, que fogem às condições de vida precárias e desumanas e procuram asilo em território norte-americano. A caravana parte do sul do México, de Tapachula, perto da fronteira com a Guatemala, e o fim é o mesmo – dignas condições de vida, melhores acessos à educação e cuidados de saúde e favoráveis oportunidades de emprego.

Recentemente, a comunidade internacional acordou com a notícia de que um camião de transporte de mercadorias continha 53 cadáveres de migrantes que tentavam a travessia ilegal, no Texas. Tendo em conta a conjuntura deste fenómeno, mais episódios deste género são esperados. Por outro lado, o Supremo Tribunal dos EUA possibilitou a administração Biden de cancelar o programa anti-imigração lançado por Donald Trump.

Outras notícias:

  • Em recente declaração, o Papa chamou a atenção da América Latina para se manter unida contra os “imperialismos exploradores” e contra movimentos populismos que, relembrando as lutas independentistas de José de San Martín e de Simón Bolívar, oferecem tamanha resistência ao desenvolvimento da região.
  • Foi enviada para a Guiné-Bissau uma missão de avaliação do ambiente global para a preparação das próximas eleições em dezembro, a serem realizadas após um cenário instável político e social, com uma tentativa de golpe de Estado e conflitos com a oposição ao governo de Nuno Gomes Nabiam.
  • Após a decisão final do Supremo Tribunal dos EUA de reverter Roe v. Wade, o aborto já foi proibido ou restringido em 21 Estados, principalmente no Wisconsin, onde a criminalização é total, não prevendo exceções em casos de violação. O presidente Joe Biden, porém, não tem escondido a sua contestação contra a decisão e tem demonstrado resistência à “agenda radical republicana”, projetada nos assentos da mais alta instância norte-americana por 6 juízes conservadores contra 3 liberais.
  • Na Líbia, dezenas de manifestantes invadiram o parlamento em Tobruk e vandalizaram e atearam fogo ao espaço, devido às precárias condições em que se encontra a população e à instabilidade política que não parece oferecer uma resposta ao povo. Estes reclamam dos preços inflacionados de bens essenciais que levam  população à miséria e, principalmente, revoltam-se contra os constantes cortes na eletricidade, devido aos entraves que as empresas petrolíferas têm oferecido pelas políticas vigentes.
  • Após uma longa pausa de 8 anos, a União Europeia e a Índia estão a movimentar esforços para retomar as relações comerciais, tendo-se comprometido à celebração de um acordo comercial até ao final de 2023 – “uma das relações mais importantes para a próxima década”, apontou o Comissário de Comércio da UE, Valdis Dombrovskis.
  • Entre os dias 27 de junho e 1 de julho decorreu, em Lisboa, a Conferência das Nações Unidas dos Oceanos, organizada pelo governo português e do Quénia, onde os vários Estados se debruçaram sobre as questões relacionadas com as alterações climáticas, como o aquecimento, acidificação e a subida do nível do mar e a erosão costeira. É declarado um “arrependimento profundo” entre os Estados-Parte, no que toca à movimentação de esforços para o cumprimento do 14º objetivo do Desenvolvimento Sustentável.
  • A Ucrânia apresentou ao Tribunal Internacional de Justiça um relatório para reforçar a sua acusação de genocídio contra a Federação Russa, evidenciando falsas premissas de genocídio contra o próprio povo de Donbass.

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