O Mundo de 23 a 29 de Agosto

A crise no Afeganistão e a reunião do G7: Na passada terça-feira, dia 24, estiveram presentes numa reunião virtual, convocada pelo primeiro-ministro britânico, os líderes dos sete países mais ricos do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão) para discutir a questão do Afeganistão. Boris Johnson escreveu no twitter que “É vital que a comunidade internacional trabalhe junta para conseguir retiradas seguras, prevenir uma crise humanitária e apoiar o povo afegão para garantir o que foi alcançado nos últimos 20 anos”. A reunião teve como principal foco a decisão do aumento ou não do prazo para a retirada do Afeganistão e o fim das operações de evacuação. Apesar da pressão dos Aliados, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu não alargar o prazo e retirar as suas tropas no dia estipulado (31 de agosto), afirmando que os Estados Unidos já salvaram mais de 70 mil pessoas do Afeganistão desde 14 de Agosto. Um dos motivos que levou Biden a decidir não alargar o prazo está relacionado com as ameaças terroristas caso a saída não seja cumprida a tempo: “Cada dia que ficamos no terreno é mais um dia em que o ISIS-K (filial do Estado Islâmico) vai procurar atacar o aeroporto, forças americanas, aliados e civis inocentes”. Os Talibãs afirmaram que “a formação do governo não será anunciada enquanto um único soldado norte-americano estiver no Afeganistão”. Alertam ainda que a permanência dos soldados americanos no país após 31 de agosto é classificada como “uma linha vermelha” e “irá provocar uma reação”. O objetivo do grupo islâmico será tomar posse do aeroporto de Cabul a partir do 1º de Setembro, não permitindo mais nenhuma ocupação estrangeira para lá dessa data. O acesso principal do aeroporto já foi bloqueado pelos Talibãs, não permitindo mais a fuga de afegãos.

Ataque do Daesh-K no aeroporto de Cabul: Nos últimos dias da presença norte-americana no Afeganistão e após um alerta para eventuais ataques terroristas, o grupo extremista Daesh-K, atacou o aeroporto na quinta-feira, dia 26, causando a morte de, até à data, 110 pessoas, tanto civis como militares. O general Kenneth McKenzie, chefe do Comando Central norte-americano afirmou que apesar do ataque, a operação de evacuação vai continuar até ao prazo estipulado, 31 de agosto – “Vou ser claro: estamos tristes pela perda de vidas, tanto americanas como afegãs, mas vamos continuar a executar a missão”. O grupo terrorista Daesh-K já assumiu a responsabilidade pelos ataques através da rede social Telegram. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu aos atentados no mesmo dia e pronunciou-se na Casa Branca, começando por fazer um minuto de silêncio em homenagem a todas as vítimas dos ataques bombistas. Biden garantiu que “não vamos esquecer, não vamos perdoar”. Prometeu ainda que serão capturados todos os responsáveis envolvidos no atentado terrorista – “Vamos responder com força e precisão a seu tempo, num lugar escolhido por nós e da forma que escolhermos”. Os Estados Unidos acreditam que possam ocorrer novos ataques terroristas no aeroporto, à medida que se aproxima o prazo de retirada definitiva para que os militares estrangeiros abandonem o Afeganistão. Este ataque originou ainda várias reações de preocupação, tendo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, convocado uma reunião do Conselho de Segurança na segunda-feira, para discutir a crise no Afeganistão após estes atentados, mostrando vontade de seguir de perto o desenvolver de toda a situação no país, especialmente no aeroporto.

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