Mário Draghi toma posse como primeiro-ministro de Itália
O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) encabeça um Governo de unidade nacional e tem pela frente a vigorosa missão de combater a crise da pandemia de Covid-19 e de revitalizar a economia.[1] Mario Draghi substitui Giuseppe Conte que recentemente apresentou a sua demissão. Em causa esteve a falta de apoio à coligação governamental depois da crise provocada pela saída do partido Itália Viva, de Matteo Renzi.
“Super Mario”, como ficou internacionalmente conhecido pelo seu papel no combate à crise da dívida europeia em 2012, deve submeter-se ao voto de confiança no Parlamento na próxima semana.[2]
O novo governo italiano
O futuro primeiro-ministro vai contar com membros de seis forças partidárias, entre elas do Movimento 5 Estrelas, do Liga, do Partido Democrático, do Força Itália, do Itália Viva e do Livres e Iguais. O líder do Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, será o ministro das Relações Exteriores, enquanto Giancarlo Giorgetti, líder da Liga de Matteo Salvini, de extrema-direita, vai coordenar a Indústria.
Draghi confirma também o anterior ministro da Saúde, Roberto Speranza, num ato de recognição pelo seu trabalho durante a pandemia. Além do multipartidarismo, o governo de Draghi será ainda, nas palavras do próprio, “híbrido”, entre políticos e tecnocratas.[3]
Itália foi um dos países europeus mais atingidos pela pandemia de Covid-19, e Dragui afirma que vai abandonar as políticas de austeridade mesmo com o aumento do endividamento. Itália deverá receber um fundo de 200 mil milhões de euros de auxílio da União Europeia de forma a que os partidos têm demonstrado grande interesse em fazer parte do governo de coalizão de forma a obterem algum poder de decisão sobre a aplicação desse capital.
Se for bem-sucedido, pode servir como um estímulo para a recuperação de toda a Zona Euro, que há muito se debate com os bloqueios provocados pelos problemas internos em Itália. E pode servir também como prova de que o envio de fundos para países menos ricos, do Sul da Europa, possa ser uma chave para tornar todo o bloco mais resistente.
O executivo ainda referiu que deverá criar um ministério para uma transição verde de modo a defender uma das exigências da Comissão Europeia de combater as alterações climáticas.[4] A prioridade, no entanto, será o programa de vacinação contra a Covid-19 tendo em conta que quase 93 mil pessoas morreram em Itália como consequência do vírus.
Outras notícias:
- China proíbe emissões da BBC World news no seu território por “transgredirem seriamente” as leis em vigor no país. A decisão de Pequim surge uma semana após a retirada no Reino Unido da licença da CGTN, uma cadeia pública chinesa de informações considerada submetida às diretivas do Partido comunista chinês.[5]
- Ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, é absolvido por senadores em segundo processo de impeachment. A votação terminou em 57 votos a favor do impeachment x 43 contra o processo.[6]
- Sismo no Japão causa pelo menos 140 feridos. Um sismo de magnitude 7,1 na escala aberta de Richter abalou a costa de Fukushima, no leste do Japão, e foi fortemente sentido em Tóquio, mas sem que as autoridades japonesas ativassem o alerta de tsunami.[7]
- Guiné declara epidemia de Ébola após a morte de 3 pessoas por conta do vírus. O novo surto localiza-se precisamente na mesma área onde em dezembro de 2013 foram reportados os primeiros casos da doença.[8]
- Joe Biden suspende a proibição do TikTok e WeChat nos EUA. Novos relatórios referem que o acordo foi “adiado indefinidamente”, estando agora dependente da decisão do governo de Joe Biden em optar por uma abordagem diferente face a esta questão.[9]
- Bitcoin atinge valores record após investimento de Elon Musk. Alguns investidores interpretaram a ação da Tesla como um sinal de que a moeda Bitcoin possa vir a tornar-se um ativo financeiro convencional.[10]
- Os gigantes da tecnologia da China enfrentam novas regras anti-monopólio. As regras têm como objetivo impedir que as grandes empresas do comércio eletrónico da China, Alibaba e JD.com, não abusem de sua posição dominante no mercado.[11]
[1] https://www.bbc.com/news/world-europe-56049115
[2] https://www.bbc.com/news/world-europe-55992264
[3] https://www.reuters.com/article/us-italy-politics/draghi-forms-new-italian-govt-names-politicians-technocrats-as-ministers-idUSKBN2AC224
[4] https://www.reuters.com/article/us-italy-politics/draghi-forms-new-italian-govt-names-politicians-technocrats-as-ministers-idUSKBN2AC224
[5] https://www.bbc.com/news/world-asia-china-56030340
[6] https://www.washingtonpost.com/politics/2021/02/14/trump-got-off-technicality/
[7] https://edition.cnn.com/2021/02/13/asia/japan-earthquake-intl/index.html
[8] https://www.theguardian.com/world/2021/feb/13/ebola-kills-four-in-guinea-in-first-resurgence-of-disease-in-five-years
[9] https://www.bbc.com/news/technology-56041209
[10] https://www.bbc.com/news/business-55984393
[11] https://www.reuters.com/article/us-china-internet-anti-monopoly-idUSKBN2A70DT
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