O Mundo de 29 a 5 de Julho de 2020

A nova lei da segurança nacional chinesa e os seus impactos em Hong Kong

Esta semana Hong Kong entrou numa nova fase da sua vida política: entrou em vigor a nova lei da segurança nacional. Esta lei permitirá às autoridades chinesas perseguir e condenar quaisquer práticas consideradas “subversivas e secessionistas” em Hong Kong, assim como reforçar o papel do Partido Comunista Chinês na antiga colónia britânica. Os críticos receiam que possa ser uma forma de acabar com o movimento pró-democracia.

A China, com a entrada em vigor desta nova lei, de acordo com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, terá violado a Declaração Conjunta Sino-Britânica de 1984, terminando com o princípio “um país dois sistemas”, assinada pelo premier chinês à época, Zhao Ziyang, e a sua homóloga britânica, Margaret Thatcher. A Grã-Bretanha devolveu Hong Kong à China que, em 1842, tinha cedido parte da cidade ao Reino Unido após a primeira Guerra do Ópio, a 1 de Julho de 1997. Embora o termo “um país dois sistemas” não seja  usado diretamente na declaração, sendo apenas utilizado para descrever o sistema, o princípio “um país” sustenta o direito de Hong Kong de estar diretamente sob a autoridade de Pequim. “Dois sistemas”, por outro lado, refere-se a um acordo segundo o qual Hong Kong desfrutaria de um “alto grau de autonomia”, permanecendo com os seus sistemas sociais e económicos e o seu estilo de vida inalterados durante 50 anos, de 1997 até 2047.

No seguimento da oficialização desta lei, seguiram-se vários protestos e as primeiras detenções por parte da polícia de Hong Kong. Centenas de pessoas protestaram contra esta lei que pretende proibir contestações, divisões, insubordinações, atos de terrorismo e conluio contra o Governo chinês ou outras “forças estrangeiras”.

As relações russo-estadunidenses e o envolvimento dos taliban

Segundo o New York Times, Donald Trump foi informado pelos serviços secretos dos Estados Unidos da América, por escrito, em Fevereiro, quanto a uma operação no Afeganistão  na qual a Rússia terá oferecido dinheiro a grupos ligados aos taliban como recompensa por ataques a soldados norte americanos e a forças da NATO.

Desde esta revelação, vários meios de comunicação norte-americanos têm corroborado a história e acrescentado novas informações. Contudo, o presidente norte-americano referiu esta quinta-feira que não foi informado sobre o assunto e desvalorizou-o, tendo afirmado que “muitos oficiais da inteligência não acreditavam que tal tivesse acontecido”. Trump fez esta alegação apesar dos relatos conflituantes, desde a CIA, ao Pentágono – incluindo o de um oficial norte-americano que referiu à CNN que informações sobre as recompensas foram incluídas no Daily Brief do presidente em algum momento durante esta primavera. As suspeitas remetem a Janeiro deste ano, depois de as forças especiais norte-americanas terem recuperado elevadas quantias de dinheiro em postos controlados pelos taliban. Os serviços secretos, após o interrogatório a militantes e mercenários capturados, chegaram à conclusão de que a Rússia estava envolvida.

No decorrer destas revelações, oito membros republicanos do Congresso participaram num briefing liderado pelo diretor da inteligência nacional John Ratcliffe, tendo alguns manifestado preocupações, reivindicando que sejam tomadas medidas relativamente à Rússia caso os relatórios sejam confirmados. . As critícas ao presidente continuam a surgir, tendo Joe Biden, o candidato do Partido Democrata à presidência norte-americana, afirmado que a “presidência de Trump tem sido um presente para Vladimir Putin”

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