Tensão entre os EUA e a Alemanha
Donald Trump decidiu remover 9500 tropas da Alemanha, uma forte aliada dos EUA e, também, uma das maiores potências europeias.
Esta remoção apanhou de surpresa o departamento de defesa e o Pentágono que, por sua vez, tentaram justificar tal corte através dos acontecimentos passados no G7, geradores de tensão entre Donald Trump e Angela Merkel e associando à influência que Richard Grenell, antigo embaixador americano na Alemanha, detém. Porém, este corte aponta sobretudo para as tensões transatlânticas que têm vindo a agravar-se desde que em 2018 Donald Trump, numa reunião de emergência com os restantes membros da OTAN, ameaçou a sua saída se os outros Estados-membros não cumprissem o mínimo de 2% do PIB em gastos de defesa.
Esta decisão de Donald Trump tem motivado muitas críticas, na medida em que se os EUA continuarem a deixar em segundo plano a organização, isso pode significar um avanço russo na europa ocidental (o que, por sua vez, constitui algo não desejado nem pela europa ocidental nem pelos EUA).
O regresso da Coreia do Norte
Em 2018, os Estados Unidos da América iniciaram conversações com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, após graves tensões entre as duas potências devido ao desejo da Coreia do Norte em aumentar o seu armamento nuclear.
A verdade é que, apesar de o mundo não ter demonstrado confiança no possível sucesso de tais negociações, a Coreia do Norte mostrou-se recetiva às mesmas no sentido de não só parar com os testes nucleares e aliviar as tensões na península coreana, como também aprofundar as relações entre Washington e Pyongyang. Contudo, tais esperanças desvaneceram-se quando Ri Son-gwon, ministro dos negócios estrangeiros, afirmou, no aniversário da segunda cimeira entre Trump e Kim Jong-um, que as relações entre os EUA e a Coreia do Norte se tinham esvaído e que os planos nucleares tinham retomado.
Desta forma, a retoma dos planos nucleares, segundo Ri Son-gwon, justifica-se pelo facto de, na segunda cimeira no Vietname, Washington ter pedido o desmantelamento das suas armas nucleares antes das sanções à Coreia do Norte serem atenuadas. Tal proposta não foi bem vista pela Coreia do Norte, levando a um agravamento das relações, pois foi entendido que os EUA apenas queriam acumular objetivos políticos sem fazer qualquer concessão, o que, consequentemente, acentuou o distanciamento entre as duas potências e provocou a retoma dos planos nucleares.
Devido ao insucesso da segunda cimeira em 2019, a Coreia do Norte acelerou os seus planos de proliferação nuclear, sinalizando o não adiamento dos mesmos, colocando de fora, porventura, uma relação com Washington, assumindo que não haverá recuo na sua posição.
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